A vida política nacional nos últimos 50 anos foi povoada por influências e protagonismos de origens distintas, em que políticas econômicas e tecnológicas, entrelaçadas, compuseram cenários extremamente originais em contextos de modelos de acumulação mutantes. Nesse ambiente, regimes políticos democráticos ou autoritários combinaram-se com políticas econômicas desenvolvimentistas ou (neo)liberais em ambientes tanto “nacional-desenvolvimentistas”/ “neodesenvolvimentistas”, quanto “liberais/globais”, destacando-se o papel do Estado, suas interfaces com os agentes econômicos e os atores políticos.
A centralidade da relação política/economia afirma-se na fronteira entre processos de decisão, de ação dos atores, dos interesses e das ideologias político-econômicas: ideias essas provindas da teoria política e suas relações com a teoria econômica e as políticas públicas centradas nessa temática, tais como as políticas macroeconômicas, sociais, tecnológicas, industriais e fiscais, entre outras. Diante desse processo, a AT de Política e Economia privilegia os processos relativos aos cliclos e às crises da política econômica nacional (1964-2018), sem perder de vista perspectivas teóricas e mesmo internacionais.
Nesses complexos ciclos e contextos, destaque deve ser dado ao eterno retorno das políticas neoliberais, por meio das recomendações estruturantes quanto às "reformas orientadas para o mercado", "ajustes fiscais" voltados aos mais vulneráveis, privatizações em massa, desestruturação dos direitos sociais e trabalhistas, ausência de soberania nacional em nome da "globalização" e, mais recentemente, a defesa da financeirização das economias. Esses processos afetam diretamente o "conflito distributivo", implicando assimetrias, embates e disputas entre atores distintos.