ESPECIAL ABCP 2ª edição: Os governos estaduais e as ações de enfrentamento à pandemia no Brasil
Acompanhe a 2ª edição do Especial ABCP "Os governos estaduais e as ações de enfrentamento à pandemia no Brasil", com análises atualizadas sobre o estado das 27 unidades federativas do País no combate à covid-19.
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A Série Especial Nexo/ABCP publicada no dia 10 de maio apresentou uma série de textos de cientistas políticos e colaboradores de áreas afins de diferentes estados brasileiros. As análises se voltaram para as ações dos governos estaduais no enfrentamento da pandemia de covid-19, com atenção para os decretos, a articulação política entre governo federal, estados e municípios, os acertos, os erros, as omissões dos governadores de todos os estados do País.
Não é difícil compreender que o protagonismo dos governos estaduais durante a pandemia está relacionado à ausência de uma coordenação federal para a crise. Situação que ainda continua prejudicando o alinhamento de ações entre os entes federados no combate à pandemia em todo o País, além de produzir sensação de insegurança e incerteza entre a população.
De lá para cá, essa situação piorou mais. O presidente da República permanece desrespeitando as medidas de isolamento recomendadas por autoridades internacionais na área da saúde, participando de manifestações antidemocráticas que têm promovido aglomerações. O Ministério da Saúde (MS), que já tinha passado por uma mudança com a demissão do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sofreu nova baixa com o pedido de demissão do também ex-ministro, Nelson Teich, com menos de um mês no cargo. E desde o dia 15 de abril o MS está sem um titular para a pasta.
Essa situação tem sido potencializada pela falta de transparência do governo em relação à situação da pandemia. O site oficial Covid/Ministério da Saúde, que apresentava informações mais detalhadas sobre da pandemia, ficou fora do ar por quase 24 horas. Antes disso, o MS já havia informado que alteraria o formato de divulgação dos dados de pacientes diagnosticados e óbitos ocorridos no Brasil. Essas decisões têm dificultado a compreensão da população sobre a pandemia, prejudicando análises de eficácia das ações no âmbito dos estados e municípios e ampliando o clima de insegurança por parte da população.
Se há um mês analisávamos as medidas adotadas pelos governadores para frear o avanço da doença, especialmente o isolamento social, agora estamos diante de novos cenários. Alguns prefeitos e governadores já começam a adotar medidas de reabertura do comércio, flexibilizando o isolamento.
Após quase três meses de pandemia no Brasil, apresentamos uma nova série de textos com análises contextualizadas de cada um dos estados. O fio condutor é a coordenação das políticas públicas entre os entes federados ao longo desse período.
Agradecemos mais uma vez a todas as pesquisadoras e os pesquisadores que aceitaram mais uma vez o nosso convite e à ABCP (Associação Brasileira de Ciência Política), especialmente à sua presidenta, Flávia Biroli.
Luciana Santana (Org) é doutora em Ciência Política, professora adjunta na UFAL e vice diretora da Regional Nordeste da ABCP
Comitê editorial: Camila Maria Risso Sales (UFLA/Unifap); Flávia Biroli (UnB); Laís Forti Thomaz (UFG); Luciana Santana (UFAL); Marta Mendes da Rocha (UFJF); Olivia Perez (UFPI)